Predisposição genética à agressividade: um olhar sobre o DNA e o comportamento
A agressividade é um traço multifatorial, resultado da interação entre genética, ambiente e experiências de vida. Diversos estudos vêm explorando como certos genes podem influenciar respostas emocionais, impulsividade e regulação do estresse — características que, em conjunto, moldam o comportamento humano.
Entre os genes que participam de vias biológicas associadas à regulação neural, destacam-se RP11-415K20.1, PHLDA3, EPDR1 e CASC18. O PHLDA3 atua como modulador da via p53/AKT, responsável por regular o equilíbrio entre resposta ao estresse e sobrevivência celular, influenciando também a homeostase neuronal. O EPDR1, por sua vez, é expresso em tecidos neurais e participa de mecanismos de plasticidade sináptica e comunicação entre neurônios. Já CASC18 e RP11-415K20.1 são RNAs longos não codificantes (lncRNAs) que parecem atuar como reguladores da expressão gênica no sistema nervoso central, participando de processos de diferenciação neural e adaptação a estímulos.
Esses genes, quando combinados com fatores externos como estresse crônico, histórico de trauma ou desequilíbrios hormonais, podem contribuir para diferenças individuais na forma como o cérebro responde a situações de frustração ou ameaça. Em outras palavras, a genética pode modular a intensidade da resposta emocional, mas o ambiente e o autocontrole aprendidos são determinantes na expressão do comportamento.
Referências:
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ODINTSOVA, V. V. et al. Genetics and epigenetics of human aggression. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 2023.
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WU, Y. et al. PHLDA3 regulates stress response through p53 signaling pathway. Cancers, 2023.
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PARK, J. K. et al. Structure of human EPDR1 and its role in neuronal plasticity. PNAS, 2019.
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LE BÉGUEC, C. et al. CASC18 as a lincRNA enriched in cerebellum and neural differentiation. Scientific Reports, 2018.
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SRINIVAS, T. et al. lncRNAs in brain development and behavioral regulation. Molecular Therapy, 2023.

