A neuropatia periférica hereditária é uma condição neurológica que afeta os nervos periféricos e tem suas raízes na genética. Essa condição abrange um grupo diverso de doenças que se manifestam por meio de danos nos nervos que se estendem para fora do cérebro e da medula espinhal em direção a várias partes do corpo e pode se manifestar em diferentes momentos da vida e com uma ampla gama de sintomas. A influência genética é um fator crucial na predisposição à neuropatia periférica hereditária, e compreender a interação entre os genes e a expressão dessa condição é fundamental para diagnóstico e tratamento eficazes.

A neuropatia periférica hereditária é uma característica poligênica. Mutações em vários genes específicos que estão envolvidos na função dos nervos periféricos podem desencadear essa condição. Diferentes mutações podem levar a diferentes tipos de neuropatias hereditárias, incluindo neuropatia sensitivo-motora hereditária (HMSN) ou doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT).

A neuropatia periférica hereditária é frequentemente transmitida de forma autossômica dominante ou autossômica recessiva, dependendo do gene envolvido. Na transmissão autossômica dominante, apenas uma cópia do gene mutado é necessária para manifestar a condição, enquanto na autossômica recessiva, ambas as cópias do gene precisam estar mutadas.

Vários genes foram identificados como causadores ou contribuintes para a neuropatia periférica hereditária. Por exemplo, mutações nos genes PMP22, GJB1, MPZ e MFN2 estão associadas à doença de Charcot-Marie-Tooth. Cada gene desempenha um papel específico na manutenção da função e estrutura dos nervos periféricos.

A variação na expressão genética pode levar a uma ampla gama de sintomas entre os indivíduos afetados. Alguns podem experimentar fraqueza e/ou atrofia muscular, perda de sensibilidade e problemas de equilíbrio e coordenação, dormência, formigamento e dificuldades motoras, enquanto outros podem apresentar apenas sintomas leves.

O diagnóstico da neuropatia periférica hereditária envolve análise clínica, testes de condução nervosa e testes genéticos para identificar as mutações subjacentes ou simplesmente às propensões. O aconselhamento genético é essencial para compreender os riscos de transmissão da condição para a próxima geração e deve fazer parte do planejamento familiar dos portadores das variantes patogênicas.

A terapia gênica emerge como uma possível abordagem para tratar algumas formas de neuropatia periférica hereditária. A substituição ou correção do gene defeituoso pode oferecer esperança para pacientes que sofrem com essa condição.

10 de agosto de 2023 — Rodrigo Matheucci