Os genes podem influenciar na nutrição de diversas maneiras, desde a forma como o corpo processa e metaboliza os nutrientes até as preferências alimentares e o risco de desenvolver certas condições de saúde relacionadas à dieta. Por exemplo, algumas pessoas possuem genes que afetam a produção de enzimas que ajudam a metabolizar certos nutrientes, como a lactase, que é responsável por digerir a lactose do leite. Pessoas com deficiência na produção dessa enzima podem ter intolerância à lactose e precisam evitar alimentos lácteos ou tomar suplementos de lactase para ajudar na digestão.

Outros genes podem influenciar as preferências alimentares, como a sensibilidade ao sabor amargo, que pode afetar a escolha de alimentos ricos em vegetais amargos ou a preferência por alimentos mais doces ou salgados. Além disso, os genes também podem aumentar ou diminuir o risco de desenvolver certas condições de saúde relacionadas à dieta, como diabetes, doenças cardíacas e obesidade. Existem genes que afetam o metabolismo de gorduras e carboidratos, o que pode afetar o risco de desenvolver diabetes e obesidade.

Embora os genes possam influenciar a nutrição de uma pessoa, é importante lembrar que a dieta e o estilo de vida também desempenham um papel importante na saúde e no bem-estar geral. Por isso, é recomendado que as pessoas sigam uma dieta equilibrada e saudável, independentemente de seus genes.

Outro olhar interessante, é sobre o gene SERPINB7, que é responsável pela produção da proteína inibidora de serina protease 7 (SPI-7), que é uma proteína envolvida em diversos processos biológicos, incluindo a regulação da resposta inflamatória, apoptose celular (morte celular programada) e o desenvolvimento do sistema imunológico.

A expressão do gene SERPINB7 pode estar envolvida na regulação do sistema imunológico e na modulação de respostas inflamatórias. Estudos recentes sugerem que mutações ou alterações na expressão desse gene podem estar relacionadas a algumas doenças autoimunes, como a artrite reumatoide e o lúpus eritematoso sistêmico, que envolvem uma resposta imunológica inadequada.

Estão surgindo algumas evidências suficientes para sugerir uma relação direta entre o gene SERPINB7 e a alergia alimentar, é possível que a expressão desse gene possa influenciar a resposta imunológica a certas proteínas alimentares, o que pode afetar a predisposição de uma pessoa a desenvolver alergias alimentares. É de extrema importância que o profissional nutricionista esteja atento aos sintomas de alergia alimentar que o paciente com esse tipo de mutação pode apresentar para iniciar precocemente as estratégias de prevenção e cuidado.

06 de março de 2023 — Rodrigo Matheucci